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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

ESPETÁCULO "MÚSICA E DANÇA": UMA VIAGEM PELOS ANOS DOURADOS

Sinfônica de Cubatão e Cia de Dança encantaram com qualidade técnica e alma criativa. As apresentações lembraram as peças da Broadway

Um espetáculo digno de um teatro da Broadway. A trilha sonora de grandes musicais, onde a vida (mesmo que por alguns instantes) é transportada ao mundo alegre e festeiro da Arte, nunca caiu tão bem para Banda Sinfônica de Cubatão e sua Cia de Dança. Neste fim de semana (4 e 5/12), os mais de 100 artistas que se revezaram no palco do Bloco Cultural, reafirmaram porque o Grupo Artístico é considerado um dos melhores do estado de São Paulo.

Minuciosamente ensaiada, a Sinfônica foi mais do que competente: o ressoar de seus metais – a alma das big bands – totalmente sincronizados, mostrou porque as canções dos salões de baile dos anos 20 e 50 ainda são uma das bem sucedidas aventuras musicais para a alma humana. Interpretadas com maestria pelos 80 instrumentistas da Banda, era impossível alguém ficar parado diante de músicas como “Big Band Spectacullar” e “Rock and roll explosion”.
Maestro Sadao: competência e energia

O repertório incluiu, ainda, a clássica “Porgy and Bess” de George Gershwin, uma opereta escrita em 1934, último grande trabalho desse grande compositor. No Brasil, um trecho desta obra ficou famosa quando interpretada por Marisa Monte e Carlos Fernando Nogueira (Banda Nouvelle Cuisine), no primeiro cd da cantora. Com a Sinfônica de Cubatão, a obra de Gershwin caracterizou-se pela composição de música sinfônica e ritmos de jazz dos anos 30, com melodias de fácil assimilação. Não era raro encontrar pessoas na plateia estalando dedos ou batendo os pés no chão, ao ritmo da bateria “nervosa” do percussionista Jonatas Rodrigo da Silva.

“Golden Days” – que tal entre uma canção e outra da Sinfônica, conferir uma coreografia da Cia de Dança, premiada nacionalmente? O público pôde conferir a montagem “Golden Days”, vencedora da categoria jazz do 29º Encontro Nacional da Dança. Embalados ao som de “Boogie woogie boy of Company”, o grupo levou a platéia a uma viagem pelos anos 50, os “anos dourados”, com todo vigor e energia da época.

West side history
O encanto de “West Side History” – a última parte do Concerto reuniu Sinfônica e Cia de Dança em uma interpretação genial de “West side history”, uma das obras mais conhecidas e premiadas do grande compositor norteamericano Leonard Bernstein, musical esse que continua em cartaz até hoje na Broadway, desde que foi montado, há 53 anos. A versão moderna de Romeu e Julieta foi contada em cada detalhe, a começar pela ambientação do palco, reproduzindo muros de tijolos, assim como no cartaz do musical que já percorreu o mundo inteiro.

Essa trilha musical, uma das mais bonitas da história da Broadway e do cinema (já que “West Side” virou filme), recebeu coreografias, na mesma proporção, sensíveis e harmoniosas, elaboradas cuidadosamente por Zeca Rodrigues (coreógrafo), Vanessa Toledo (diretora artística) e Silva Maria Silva Santos (produção). Lindas dançarinas interpretaram graciosamente uma das canções, abusando do balé clássico e suas piruetas. Giravam, giravam em seus vestidos roxos... e pareciam não fazer esforço algum.


Os bailarinos Laís Borges e André Santos
Momento sublime aconteceu no pas de deux entre os bailarinos Laís Borges e André Santos. A dupla apresentou dança moderna de qualidade, grande interpretação, mostrando grande influência da Cia Alvin Ailley, dos Estados Unidos (uma das cias pioneiras da Dança Moderna, isso nos anos 50). Na última canção de “West side”, a Sinfônica demonstrou sua superioridade musical, assim como a Cia de Dança, com todos os 24 bailarinos do palco. Força, vigor, energia colorida: uma mistura deslumbrante de som, dança e teatro.

A magia das big bands invadiu o lugar, encontrando no jazz a sua melhor expressão. Mesmo retratando uma época passada, meio século atrás, o espetáculo mostrou que os “anos dourados” criaram raízes de alegria e beleza no coração de todos: o doce ofício da Sinfônica e da Cia de Dança só vieram confirmar que o antigo e o contemporâneo se harmonizam no ritmo da vida.

Texto: Morgana Monteiro
Foto: Carlos Felipe

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