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sexta-feira, 2 de março de 2012

DOCE COMANDO FEMININO DOS GRUPOS ARTÍSTICOS DE CUBATÃO


Corais Zanzalá e Raízes da Serra, Cia de Dança da Sinfônica, Corpo Coreográfico: mulheres mostram seu valor coordenando centenas de artistas da cidade

Fazer arte com alma feminina. A competência e franqueza das mulheres, que tem o poder de atrair, provocar e encantar são a marca registrada daquelas que, docemente, comandam alguns dos grupos artísticos de Cubatão. No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, podemos destacar a atuação dessas profissionais de talento, que coordenam centenas de artistas, homens e mulheres, garantindo a qualidade técnica e alma ímpar desses grupos. 

São mulheres que laboram a sua Arte e demonstram uma postura diferenciada, com projetos sensíveis, como o Coral Raízes da Serra, que tem como regente Sandra Diogo Moço. O trabalho, voltado para a Terceira Idade, conta com 40 participantes, sendo que 90% são mulheres. À frente do Grupo há 25 anos, Sandra considera bastante prazeroso comandar a equipe: “Basta gostar do que se faz e valorizar tudo, sempre”, afirma. Para a maestrina, o dia 8 de março tem sentido ainda mais especial pois, além do Dia Internacional da Mulher é a data do seu aniversário. “Tenho privilégio de comemorar duas vezes!”.

A Cia de Dança da Sinfônica também tem mulheres que se inclinam ao ofício da arte. Vanessa Toledo, diretora artística, além de apaixonada confessa pela Dança, lidera com bastante clareza o grupo formado por 26 pessoas, a maioria mulheres (18). Para ela, a sensibilidade feminina colabora para o envolvimento da equipe: “Sabemos lidar melhor com a vaidade porque toda mulher é vaidosa, no bom sentido. No grupo, adotamos um olhar diferenciado onde o sentimento de equipe sempre prevalece. Essa é nossa melhor marca, que nos levou, por exemplo, ao vice-campeonato do maior Festival de Dança do mundo, Joinville, 2011”.

Outra pessoa fundamental no crescimento da Cia de Dança é a produtora Sílva Maria Santos Silva. Há 41 anos envolvida com os grupos artísticos, a “Sílvia da Banda”, como é conhecida na cidade, foi a criadora da Linha de Frente da Banda Musical que, posteriormente, se tornaram Cia de Dança e Sinfônica. Para ela, as conquistas das mulheres em todas as áreas se confundem com o amadurecimento de seus ideais e responsabilidades.

Em Cubatão, muita Arte se produziu ao longo dos tempos e várias mulheres se destacaram no comando, eliminando as desigualdades pela diferença de gênero. Gislaine Teixeira, coordenadora do Corpo Coreográfico da Banda Marcial engrossa essa premissa. Em 1992, ela lembra que levou a filha recém nascida ao primeiro ensaio como coreógrafa de uma equipe de linha de frente. Dois anos depois, já integrava o Corpo Coreográfico, formado somente por jovens mulheres. Para Gislaine, a liderança feminina se resume em comprometimento absoluto, disciplina e ao mesmo tempo, sensibilidade.

E para comandar um grupo com 60 vozes, 60% de mulheres, Maria Fernanda Tavares se vale da maleabilidade feminina e do exercício de escutar o outro para liderar o Coral Zanzalá. Envolvida com o grupo desde os anos 70, a maestrina acredita que consegue dar formas, nuances e sopro de vida às canções interpretadas pela equipe por conta do incentivo ao talento natural dos participantes. “Todos os artistas são sensíveis, homens ou mulheres, porque é um requisito básico para a profissão. Acho que todos devem fazer tudo por amor à Arte, é isso que eu sempre digo”.

A equipe conta, ainda, com a regente-assistente Nailse Cruz, outro exemplo de versatilidade. Advogada, funcionária pública, também regente do Coral dos Servidores, ajuda na coordenação do Zanzalá e acredita na imensa capacidade feminina de doação e de exercer a solidariedade. “Entendemos os problemas que não são comuns aos homens, quando, por exemplo, o filho de alguma cantora está doente ou temos nossa cólica mensal. Mesmo com jornada dupla ou tripla, nos desdobramos para fazer o nosso melhor”, afirma. Nailse lembra que por muito tempo, a Música era o único canal de expressão da mulher, quando ela ainda não podia votar ou trabalhar fora. Para ela, atualmente, a mulher não é só artista quando faz isso profissionalmente, mas também quando cumpre o papel de esposa, filha, mãe, amiga. “A mulher é uma artista nata”, diz Nailse.


Nailse Cruz, regente-assistente do Coral Zanzalá: um dos exemplos de versatilidade e sensibilidade no comando dos Grupos Artísticos

Texto: Morgana Monteiro
Foto: Carlos Felipe

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