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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

NOVOS PATRIMÔNIOS CULTURAIS DE CUBATÃO


Grupo Rinascita de música antiga e Cemitério israelita podem se tornar patrimônios culturais de Cubatão.

Dois importantes bens de Cubatão devem se tornar, em breve, patrimônio cultural da cidade. O Cemitério Israelita e o Grupo Rinascita de Música Antiga serão os primeiros processos de tombamentos a serem abertos pelo Condepac nessa nova gestão. O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural se reuniu nesta terça-feira (23/2) para delinear as primeiras ações da equipe.

Com o tombamento, o Grupo Rinascita de Música Antiga seria reconhecido como o primeiro bem imaterial do município. Fazendo parte dos Corpos Estáveis da administração municipal, o Rinascita executa música renascentista e barroca, resultado de muita pesquisa em partituras escritas dos séculos XV a XVII. O diferencial do Grupo são os instrumentos musicais, réplicas daqueles utilizados nos grandes bailes medievais. São alaúdes, guitarras barrocas, flautas doces, vários instrumentos de percussão, entre outros.

Composto por 16 músicos profissionais, não há notícia em nossa região de outro grupo com essas características. O processo de tombamento do Rinascita só vem confirmar sua importância para o município, uma vez que até mesmo o grande compositor Gilberto Mendes afirmou na década de 80 que, na época, o Rinascita era o melhor momento musical de Cubatão. A Secretária de Cultura e Turismo, Marilda Canelas, participou da criação do Grupo em 1974 e afirmou com orgulho: “Fui eu quem sugeriu ao maestro Rodrigo Tavares, idealizador do Grupo, este nome, ‘Rinascita’, que nos transporta a uma viagem musical no tempo”.


Outro desafio para os 14 novos integrantes do Condepac é a abertura do processo de tombamento do Cemitério Israelita de Cubatão. Instalado dentro do cemitério municipal, poucas pessoas sabem o que há por trás daqueles portões fechado, adornados com enormes estrelas de Davi. Com 800 metros quadrados, 75 sepulturas feitas em granito (55 de mulheres e 20 de homens), possui pequenos jardins e piso “copacabana”, já foi tema de pesquisa acadêmica. A lápide mais antiga data de 1924 e a mais recente é de 1966.

A curiosidade habita no fato de lá estarem enterradas em sua maioria, as chamadas “polacas”, mulheres judias que no início do século XX deixaram o leste europeu atingido pelo anti-semitismo em direção à América e acabaram sendo exploradas na região. A garantia de reconhecimento do Cemitério Israelita como patrimônio cultural da cidade prevê abertura do espaço para visitação pública, restauração dos túmulos e inclusão do local em roteiros históricos. Representa a preservação da memória não somente das pessoas enterradas ali, mas também de um capítulo da história da imigração judaica no Brasil.

Outros desafios
– a nova gestão do Condepac tem muito trabalho pela frente. O Conselho quer, ainda este ano, definir os processos de preservação das vilas operárias da Fabril e da Light e Parque Anilinas, bem como criar planos de uso e valorização do Largo do Sapo. De acordo com o presidente do Condepac, Welington Borges, “não é só realizar o tombamento, mas propor políticas de preservação, restauração e uso adequado destes patrimônios".

Há também a atuação junto à Prefeitura de Santo André para a inclusão da estação ferroviária da Raiz da Serra no projeto de transformação da Vila de Paranapiacaba em Patrimônio da Humanidade. Para que tudo isso ocorra, o presidente acredita na integração com o Conselho de Cultura e o de Turismo. Todas as informações sobre o Condepac, suas atribuições e muitas curiosidades podem ser encontradas no www.condepaccubatao.blogspot.com . O blog tem ainda uma seção com os principais documentos e cartas sobre políticas de preservação do patrimônio em todo o mundo.

Texto: Morgana Monteiro

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