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terça-feira, 17 de agosto de 2010

LIVRO QUE PRESTA HOMENAGEM À VILA SOCÓ É RELANÇADO

Dedicado às vítimas da tragédia de Vila Socó, em 1983, o livro “A Revolta da Vacina”, do historiador Nicolau Sevcenko, volta às livrarias em nova edição.


Em entrevista ao jornalista Wilker Souza, publicada na edição de agosto da Revista Cult (http://revistacult.uol.com.br/home), Sevcenko avalia os dois episódios como pertencentes à estrutura social “retrógada” que o País não soube alterar mesmo após o final da escravidão. “Fica muito evidente, no contexto da Revolta da Vacina, como o país não tinha uma resposta para sair da escravidão na direção da construção de uma sociedade integrada, equilibrada e distributiva”, explica o historiador.

Essa rotina de adoção, por parte dos governos, de instrumentos ineficazes para atacar a raiz dos problemas, se repete no caso da Vila Socó. “Quando escrevi o livro, eu o dediquei aos mortos da tragédia de Vila Socó, ocorrida em 1983, em Cubatão. Naquela ocasião, houve um vazamento nas redes de distribuição de derivados de petróleo das refinarias e a população pobre da região foi se abastecer daquele combustível precioso. A favela se expandiu em cima das áreas ensopadas e as poucas pessoas que tentaram fazer alguma espécie de clamor para que a autoridade pública removesse a população dali não obtiveram sucesso. O fato é que ninguém tinha coragem de atacar o problema, muito menos a autoridade pública, pois ela negocia votos. Logo, quanto mais gente morasse lá, mais votos. Então aquilo cresceu exponencialmente até o dia em que virou uma tocha e todo mundo que estava lá foi reduzido a cinzas”.

O historiador lembra ainda do momento, 1983, em que a primeira edição do livro, considerado “amargo’ pelo próprio autor, foi lançada. “Eu venho de uma geração que lutou contra a ditadura militar, contra o obscurantismo da censura e da repressão. A juventude era estigmatizada como uma força turbulenta e ‘baderneira’, pois não se podia viver com espontaneidade a condição de ser jovem. Nós tínhamos a expectativa de que, quando a ditadura acabasse, toda essa enorme massa crítica ia se traduzir em um projeto de transformação do Brasil, traduzir-se em uma sociedade distributiva, democrática e inclusiva, mas não foi isso que se deu”. “A revolta da vacina” é um lançamento da editora Cosac & Naify (www.cosacnaify.com.br).

Texto: Alessandro Atanes
fonte: http://www.cubatao.sp.gov.br/

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