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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

CUBATÃO COMEMORA 480 ANOS FUNDAÇÃO DO POVOADO


Evento na Biblioteca Municipal no dia 8 de fevereiro resgata história do início do processo de povoamento

No dia 10 de feveteiro de 1533, há exatos 480 anos, tinha início o processo de povoamento em Cubatão. E na próxima sexta-feira (8), às 10h, a importante data será lembrada em uma solenidade em frente à Biblioteca Municipal (Av. Nove de Abril, 1977), a partir das 10h. O secretário de Cultura, Welington Borges, o Chefe das Bibliotecas e Arquivo Histórico, Francisco Torres falarão sobre a importância de relembrarmos o início do processo de povoamento do município.

A Banda Marcial de Cubatão fará a abertura da cerimônia, com música da melhor qualidade. No repertório, o “Hino Nacional”, “Hino de Cubatão” e “Caras sujas”, canção composta pelo maestro Roberto Farias e inspirada no poema de mesmo nome do escritor Afonso Schmidt. O próprio Roberto é quem vai reger a Marcial nesta música. O Grupo Artístico trará, ainda, as dançantes “Let´s Make Music” e “Saturday Night Fever”, dos Bee Gees, com regência do maestro-assistente, Paulo Henrique Paiva.

Haverá, ainda, com uma Exposição que recontará parte da história do início do povoamento na cidade, com reproduções de imagens das naus portuguesas, do quadro de Benedito Calixto com o encontro de João Ramalho e Martim Afonso, além da reprodução de uma tela portuguesa com imagem de Martim Afonso de Souza.

Fundação do Povoado - dia 10 de fevereiro é importante para o município pois trata-se do início do povoamento noa cidade. Um grande pedaço de terra, que incluía o trecho onde hoje está situado município, foi doado a Rui Pinto justamente nesta data. E detalhe: na carta de doação, escrita no século XVI por Martim Afonso, o município já é citado com esse nome: “Cubatão”. O Largo do Sapo aparece como lugar importante neste processo, já que ali funcionava o Porto Geral e foi onde teve início o processo de povoamento.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

CUBATÃO COMEMORA 478 ANOS DA FUNDAÇÃO DO POVOADO

Solenidade nesta quinta-feira (10/2) incluiu exposição do material arqueológico encontrado no Largo do Sapo e doação de cartilha

Há mais de 400 anos tinha início o processo de povoamento em Cubatão: exatamente no dia 10 de fevereiro de 1533. Foi quando Ruy Pinto recebeu a doação de um grande pedaço de terra, por parte de Martim Afonso, e onde estava incluída Cubatão. Com o passar dos anos, o lugar foi sendo povoado, se expandiu, tornando-se o que conhecemos hoje: a Cubatão de 119 mil habitantes, grande pólo petroquímico, abundante em riquezas naturais e símbolo de recuperação ambiental. Mas tudo começou lá atrás, e, por isso, a data é comemorada todos os anos.

Em 2010, a cerimônia que relembra o início do processo de povoamento na cidade aconteceu na Biblioteca Municipal e foi regada à bate-papo arqueológico e apresentação teatral, com a presença de várias autoridades. O arqueólogo Manoel Gonzalez falou sobre as pesquisas realizadas por sua equipe no Largo do Sapo, local onde funcionou o Porto Geral da cidade na época do Brasil-colônia, símbolo do começo da ocupação no município.

Depois do tombamento do Largo do Sapo ano passado pelo Condepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural), os pesquisadores realizaram escavações no lugar. O trabalho durou três meses e depois de centenas de pequenas perfurações, os arqueólogos encontraram 202 peças como garrafas de vidro e barro, pedaços de porcelana, cerâmica e vidro, faiança inglesa, cravos (pregos) e até ferraduras, materiais que datam dos séculos XVIII a XIX. “Esses fragmentos são pedaços de garrafas, pratos, tigelas, ou seja, objetos do uso cotidiano do povoado daquela época. Os materiais recontam a história desse povoamento, confirmando que nos anos de 1700 já havia pessoas morando por aqui e que essa ocupação foi ininterrupta por três séculos consecutivos”, disse Manoel Gonzalez em sua palestra.

Grande parte dessa fascinante história foi contada através da cartilha “Vamos conhecer e colorir nossa Arqueologia”, adaptada por Manoel e Milene Gonzalez. Pelo menos 500 exemplares foram doados à Biblioteca Municipal e grande parte será distribuída às escolas municipais. O livreto explica de maneira bastante lúdica o que é a ciência da Arqueologia e de que maneira ela ajuda o homem a descobrir sua própria história.

O secretário de Cultura, Welington Borges, representando a prefeita Marcia Rosa, falou sobre a importância de todo esse trabalho arqueológico e justificou que a cerimônia só aconteceu nas dependências da Biblioteca porque hoje o Largo do Sapo passa por uma ampla restauração. O secretário destacou, ainda, o interesse popular em conhecer a história da cidade, citando como exemplo, o Roteiro Histórico que, em sua primeira edição, reuniu mais de 50 pessoas, que, voluntariamente, decidiram conhecer espaços e monumentos importantes do município. “O 2º Roteiro, que acontece no fim deste mês, já está completo e há lista de espera para o Passeio que acontecerá em março. Isso demonstra que a comunidade tem interesse em conhecer a história de Cubatão”, afirmou Welington.

A manhã, recheada de boas histórias, terminou com uma performance de atores do Teatro do Kaos. Vestidos com figurino da época imperial, releram parte da carta de doação da terra por Martim Afonso: “Hei por bem de lhe dar as terras do Porto das Almadias... que agora novamente chama-se o porto de Santa Cruz, e da banda do sul partirá pela barra do Cubatão pelo porto dos outeiros que estão na boca da dita barra do Cubatão, entrando os ditos outeiros dentro das ditas terras do dito Ruy Pinto”.

Texto: Morgana Monteiro
Foto: Rodrigo Fernandes

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

CUBATÃO COMEMORA 478 DE FUNDAÇÃO DO POVOADO

Solenidade na Biblioteca dia 10/2 resgata história do início do processo de povoamento

Dia 10 fevereiro de 1533. Há exatos 478 anos tinha início o processo de povoamento de Cubatão. Um grande pedaço de terra, que incluía o trecho onde hoje está situada a cidade, foi doado a Rui Pinto justamente nesta data. E detalhe: na carta de doação, escrita no século XVI por Martim Afonso, o município já é citado com esse nome: “Cubatão”. O Largo do Sapo aparece como lugar importante neste processo, já que ali funcionava o Porto Geral e foi onde teve início o processo de povoamento.

E justamente na próxima quinta-feira (10/2), a importante data será lembrada em uma solenidade na Biblioteca Municipal, a partir das 9h. O secretário de Cultura, Welington Borges, o Chefe das Bibliotecas e Arquivo Histórico, Francisco Torres, e o arquiteto da Prefeitura de Cubatão, Rubens Brito, falarão sobre a importância de relembrarmos o início do processo de povoamento do município. Atores do Teatro do Kaos também participam, com uma rápida performance sobre o assunto. O evento só acontece na Biblioteca porque a praça Coronel Joaquim Montenegro, onde está o Largo do Sapo, passa por uma ampla restauração.

Destaque, ainda, para a palestra de Manoel Gonzalez, que coordena as pesquisas arqueológicas no Largo do Sapo desde o ano passado. Ele vai falar sobre o processo científico aplicado no local como as escavações arqueológicas. Os pesquisadores encontraram pedaços de ferro, garrafas de vidro e faiança inglesa, provavelmente dos séculos XVIII e XIX, reafirmando o local como referência histórica. O Largo foi tombado como patrimônio histórico em 2010 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural, Condepac.

Cartilha ensina importância da Arqueologia – na oportunidade, a Biblioteca Municipal recebe a doação de 500 revistas sobre arqueologia, adaptadas por Manoel Gonzalez para o público infantil. A cartilha “Vamos conhecer e colorir a nossa Arqueologia”, das autoras Adriana Teixeira, Katianne Bruhns e Rossano Lopes Bastos, traz textos e desenhos sobre essa ciência que estuda o passado do homem através da cultura material, utilizando pesquisas para identificar e estudar os sítios arqueológicos.

Texto: Morgana Monteiro

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

ROTEIRO HISTÓRICO É SUCESSO EM CUBATÃO

Mais de 40 pessoas participaram, percorrendo pontos históricos da cidade

Pela primeira vez, a cidade de Cubatão abriu as portas de sua história  para a comunidade e visitantes: o Projeto Roteiro Histórico realizado neste domingo (23/1) de manhã recontou boa parte dos fatos que marcaram o município. Ao visitar cada ponto, os participantes entenderam mais sobre os acontecimentos passados e souberam várias curiosidades acerca de cada espaço. As dicas foram de Francisco Torres, historiador e Coordenador das Bibliotecas da cidade e do Arquivo Histórico.

O ponto de partida foi justamente em frente à Biblioteca Municipal. Antes mesmo das 9h, já havia dezenas de pessoas, ansiosas, aguardando o Passeio que teve início ali mesmo. O prédio da Biblioteca, com sua arquitetura diferenciada, contrastando com as edificações modernas da av. Nove de Abril, foi tema da primeira explicação. Muita gente descobriu que o local abrigou a primeira escola municipal e foi sede da Prefeitura, isso no século passado.

Dali, o pessoal seguiu, em um ônibus, o restante do Roteiro. A primeira parada foi no Largo do Sapo, lugar onde teria sido o início do processo de povoamento da cidade, espaço que abrigou também o Porto Geral de Cubatão, onde, na época do império, as mercadorias eram embaladas e seguiam serra acima. O Largo, hoje passando por uma ampla restauração, foi tombado como patrimônio histórico pelo Condepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural).

O próximo ponto a ser visitado: o Cemitério Israelita, situado dentro do Cemitério Municipal. O pessoal seguiu caminhando até lá, enquanto o historiador contava algumas curiosidades sobre o bairro. Já dentro do Cemitério Israelita, os participantes souberam um pouco mais sobre grande parte das mulheres enterrada ali, as chamada “polacas”. Eram judias, que fugindo da miséria que assolava a Europa a partir de 1850, vieram para o Brasil em busca de casamentos arranjados e acabaram sendo exploradas por seus maridos, chamados “caftins, daí, a expressão aportuguesada, “cafetão”.

Seguindo os rumos da história, o ônibus seguiu até o Cruzeiro Quinhentista, o primeiro dos Monumentos do Caminho do Mar. Nesta parada, as pessoas tiraram fotos e aprenderam que o ponto, através de sua arquitetura e azulejos pintados, retrata a passagem dos jesuítas, a colonização da região e abertura do caminho através dos bandeirantes. Dona Ana Angélica Santos, moradora do Jardim Casqueiro, ficou encantada com a beleza dos azulejos. “Já conhecia esse local mas cada vez que venho aqui, parece mais bonito. As pessoas às vezes falam mal da cidade porque não a conhecem. Cubatão é linda, e cheia de boas histórias!”, disse, animada com o Passeio.

Seguindo pela av. Bernardo Geisel Filho, o Roteiro foi até a Vila Light, uma das últimas vilas operárias preservadas no Brasil. Criada para abrigar os funcionários da antiga empresa Light, hoje Emae, a vila foi construída em modelo canadense, com as moradias padronizadas, sem portão e com garagem separada do restante. Com a diminuição do funcionamento da usina, o número de operários decresceu, e algumas casas ficaram sem habitantes. Hoje o Condepac luta para que o estilo diferenciado das casas permaneça, seja tombado, garantindo, assim que o estilo operário do lugar permaneça, mesmo que as moradias sejam vendidas para terceiros.

Na sequência, a visitação foi na Vila Fabril, onde há casarios remanescentes da vila operária instalada ali, por conta da antiga fábrica de papel Santista (hoje MD Papéis). Em 1940 existiam no local cerca de 200 casas com escola, igreja, mercearia, padaria, clube, cinema. De alguns anos para cá, mesmo com o protesto dos moradores, vem acontecendo a descaracterização da Vila Fabril original, até com a derrubada de algumas moradias para abrigar estacionamento de caminhões. “É uma pena que isso esteja acontecendo e por isso precisamos preservar nossa história. Fiz questão de participar do Roteiro e trouxe minha filha, também. Me orgulho da minha cidade!”, disse Ana Flávia Gomes, auxiliar de Recursos Humanos.

A estruturação de um Roteiro Histórico em Cubatão deve valorizar a Cultura e História do município, resgatando fatos esquecidos ou desconhecidos por muito, colocando em foco a própria cidade. “Ficamos surpresos com o número de participantes. Temos até lista de espera para o mês que vem”, disse Welington Borges, secretário de Cultura, que fez questão de acompanhar todo o percurso. De acordo com ele, a cada mês haverá um passeio diferente por esse museu ao ar livre, que é Cubatão. O Roteiro Histórico é a prova de que história, cultura e progresso podem, sim, caminhar juntos.

Texto e fotos: Morgana Monteiro

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

DIA NACIONAL DO SAMBA É COMEMORADO EM CUBATÃO

Seu Dodô: 56 anos dedicados ao Samba
A “Alvorada do Samba” reuniu sambistas e autoridades no Largo do Sapo

Emocionado, Donelson Teixeira, mais conhecido como Seu Dodô, foi quem executou as 21 batidas no surdo na alvorada desta quinta-feira (2/12) em Cubatão, cumprindo o ritual em comemoração ao Dia Nacional do Samba. Não havia pessoa melhor para conduzir as homenagens ao ritmo, expressão maior da cultura popular brasileira. Aos 72 anos de vida, Donelson carrega a felicidade de 56 anos de dedicação ao mundo do Samba.

Seu Dodô foi um dos fundadores da GRESC Independência, do Jardim Casqueiro – isso em 1976 – e até hoje vai para a avenida com a Escola. Considera a retomada da “Alvorada do Samba” uma grande conquista: “Para quem é sambista, essa data é quase um dia santo! E executar esse toque no surdo, pra mim, foi um grande privilégio”, disse, com lágrimas nos olhos.

O ritual característico em comemoração à data aconteceu exatamente às 6h. Em um só local estavam as bandeiras do Brasil, do estado de São Paulo e de Cubatão, ladeadas pelos estandartes das Escolas de Samba da cidade: Independência, Unidos do Morro e Nações Unidas.  Além das batidas no surdo, houve queima de fogos, muitas palmas e a palavra dos representantes das agremiações e blocos carnavalescos.

A retomada da “Alvorada do Samba” é uma grande conquista para aqueles que levam o Samba a sério. Para o Mestre Dão, representante da GRESC Independência, é indispensável que a homenagem se torne tradição no município. Amélia Santos, sambista que trouxe o estandarte da GRES Unidos do Morro, disse que a felicidade neste dia é completa para quem ama o ritmo que melhor identifica os brasileiros em todo o mundo.

Aloísio de Castro, mais conhecido como “Carnaval” foi o único representante dos blocos carnavalescos a estar presente na cerimônia. O Secretário de Cultura, Welington Borges, afirmou que as homenagens ao Dia do Samba vão continuar ano que vem e são indispensáveis para formação de uma nova identidade cultural no município.

Durante a cerimônia, foi lido um texto enviado pelo “marechal do samba”, J. Muniz Jr, pesquisador do ritmo e da cultura afrobrasileira, contando um pouco da história da instituição do Dia Nacional da Samba, comemorado desde 1964.  E lá se vão 46 anos de engrandecimento da cultura popular e do ritmo que melhor identifica o país, levando felicidade para tanta gente, como já dizia o compositor Zé Kéti: “Eu sou o Samba / sou natural daqui do Rio de Janeiro / sou eu quem levo a alegria para milhões de corações brasileiros / Salve o Samba, queremos Samba / Quem está pedindo é a voz do povo de um país / Salve o Samba, queremos samba / essa melodia de um Brasil Feliz”.

Tem mais samba neste sábado – as comemorações ao Dia Nacional do Samba prosseguem no sábado (4/12), com uma vasta programação na quadra da Escola de Samba Independência, do Jardim Casqueiro (rua Joaquim Jorge Peralta, 13), a partir das 20h. O evento contará com a participação de vários artistas, sambistas da cidade e da região, baterias das agremiações cubatenses e apresentação do grupo “Brazilian Show”, banda “Tipo Exportação”, que já levou esse ritmo tipicamente brasileiro para dezenas de países.

Texto: Morgana Monteiro
Fotos: Rodrigo Fernandes

CUBATÃO DISCUTE SEU PATRIMÔNIO CULTURAL

O evento está inserido na programação da Conferência Internacional sobre o Patrimônio e desenvolvimento Regional (Conpadre) e acontece dia 3/12 a partir das 13h30

O patrimônio cultural de Cubatão, que ajuda a construir a história do município, vai ser tema de palestras nesta sexta-feira (3/12). A partir das 13h30, no miniauditório da Câmara Municipal, autoridades no assunto, de várias partes do mundo, estarão reunidas na Conferência Internacional sobre o Patrimônio e Desenvolvimento Regional, o Conpadre 2010. O objetivo do encontro é discutir a importância dos patrimônios culturais, e de que maneira eles podem e devem conviver em harmonia com o progresso e crescimento das cidades.

Este ano, o Conpadre já percorreu os municípios de Campinas, Jaguariúna, no interior paulista, e encerra as atividades em Cubatão, onde recebeu o nome de “Seminário do Patrimônio Cultural”. André Munhoz de Argollo Ferrão, presidente da Conferência, fará a abertura do encontro, falando sobre o que é o congresso. Na sequência, Grácia Dorel Ferre, da Universidade de Savoie, na França, realiza a palestra “Arquitetura industrial”, destacando a importância de se preservar essas edificações.

Interessante, também, será o discurso do professor Manoel Gonzalez, que realiza pesquisas arqueológicas no entorno do Largo do Sapo, tombado recentemente pelo Condepac, Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Cubatão. Gonzalez vai falar justamente sobre as perspectivas arqueológicas na cidade, citando outra importante descoberta, dos sambaquis (agrupamentos de conchas criados pelos habitantes pré-históricos da região, até cinco mil anos atrás). O encerramento será feito por Welington Borges, presidente do Condepac e também secretário municipal de Cultura, que vai apresentar os trabalhos realizados pelo Conselho nesta última gestão.

fonte: www.cubatao.sp.gov.br

terça-feira, 23 de novembro de 2010

ALMEIDA PRADO E SUA LIGAÇÃO COM CUBATÃO

O Brasil pede um dos grande nomes de sua música, que já foi Diretor do Conservatório Musical de Cubatão

Um dos maiores nomes da Música Brasileira, José Antônio Rezende de Almeida Prado, faleceu neste domingo (21/11), em São Paulo. De saúde frágil, sofria de diabetes. Considerado um dos maiores compositores de nosso tempo, Almeida Prado teve uma grande ligação com a cidade de Cubatão: em 1974 foi Diretor do então Conservatório Municipal, hoje a Escola Técnica de Música e Dança “Ivanildo Rebouças da Silva”.

Na época, recém chegado da Europa, onde passou anos se aperfeiçoando, Almeida Prado incentivou a construção de um prédio único para abrigar o Conservatório de Cubatão, implantou métodos didáticos e preparou vários professores que ainda dão continuidade ao trabalho iniciado por ele. Almeida Prado deixou a cidade para lecionar na Unicamp.

O compositor esteve em Cubatão em 2008, onde acompanhou várias apresentações da Semana da Música realizada pelos estudantes da ETMD “Ivanildo Rebouças da Silva”, onde chegou a demonstrar seu impecável talento interpretando uma de suas peças ao piano. O Secretário de Cultura de Cubatão, Welington Borges, lamentou a partida desse grande músico: “A passagem do compositor Almeida Prado por Cubatão foi uma marca profunda na cultura da cidade. Seus frutos permanecem até os dias de hoje”, afirmou o Secretário.


O falecimento deste grande compositor santista, nascido em 1943, deixou de luto a música neste início de semana: “Sentimos profundamente a falta de Almeida Prado. Ele representa a síntese da evolução da música brasileira pós-nacionalista, e esteve presente em cada fase estética da produção musical em nosso país”, afirmou Roberto Farias, Coordenador dos Grupos Artísticos de Cubatão. O Maestro teve estreita convivência com Almeida Prado e orgulha-se da iniciativa da encomenda da obra "Constelações Zodiacais" - Cartas Celestes nº7 (para dois pianos e banda sinfônica), estreada em 1999. A peça foi dedicada pelo compositor ao Maestro Roberto.
Almeida Prado foi sepultado no Cemitério da Consolação, na capital.

Texto: Morgana Monteiro

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

VINTE ANOS DE BOA MÚSICA

Banda Marcial de Cubatão completa duas décadas de competência e orgulho para a cidade

Ela emociona platéias e é sucesso por onde passa. A Banda Marcial de Cubatão comemora 20 anos, cheia de boas notícias e em busca do aperfeiçoamento de seus integrantes e de seu repertório. Uma das marcas do grupo tem sido a presença junto à comunidade. Mantendo o perfil das bandas de desfile, a Marcial põe os pés no chão e segue adiante com seu som inconfundível.

A Marcial recebeu aplausos calorosos durante apresentação
no Conservatório de Tatuí (interior SP)
Se, para alguns, a apresentação da Banda Marcial é o ponto alto durante os desfiles cívicos, para outros, a sua formação de concerto encanta e surpreende. "Hoje buscamos uma sonoridade única através de uma combinação instrumental inusitada", afirma o maestro Alexandre Felipe Gomes, um de seus fundadores e atual regente. Recentemente, a equipe recebeu aplausos calorosos de uma seleta platéia no Conservatório de Tatuí (interior de São Paulo), durante apresentação de um concerto com temas de filmes. O reconhecimento pelo trabalho, feito com afinco, já virou rotina. Inclusive, a comemoração das duas décadas de boa música já tem data definida: será dias 16 e 17/10, quando a Marcial se apresentará no Bloco Cultural, dividindo o palco com 14 artistas da cidade.

Mas todo esse sucesso começou em um imóvel de cor laranja, no nº 433 da Rua Fernando Costa, na Vila Paulista. Carinhosamente chamada de “Casa da Banda Marcial”, é neste espaço que o Grupo ensaia todas as manhãs de domingo. Formada por 119 integrantes (músicos e bailarinas do Corpo Coreográfico) com idade entre 14 e 30 anos, a Marcial de Cubatão vem expandindo a linha de atuação com os instrumentos de metal e percussão, seguindo o modelo europeu contemporâneo. Hoje, atuando também na versão de Orquestra de Metais e Percussão, abarca todos os gêneros, percorrendo uma linha que vai da música erudita a clássicos da MPB e música internacional; isso, além de estimular o surgimento de várias formações de câmara, a exemplo do já conceituado “Per Sonare” – Sexteto de Metais e Percussão. Potencial de sobra e versatilidade já garantiram repetidas atuações da banda em encontros como o Festival Internacional de Bandas no Chile, um dos mais importantes da América Latina – fato que, inclusive, irmanou as cidades de Mellipila e Cubatão.

O Maestro Alexandre Felipe Gomes,
fundador e um dos maiores apoiadores
da Banda Marcial
Uma história inesquecível – O maestro Alexandre ainda lembra da primeira apresentação pública da Marcial: "Foi no desfile cívico de 9 de Abril de 1990, como Fanfarra Municipal de Cubatão. Tínhamos como sede a Escola Estadual Castelo Branco, no Jardim Casqueiro. Na época, a professora Edna Maria Lemos Moura passou a descentralizar as atividades culturais, dando assim possibilidade de acesso a uma fatia maior da nossa população aos projetos artísticos", relata, emocionado.

Nos primeiros anos, a então Fanfarra atendia a diversos convites, sempre representando Cubatão. Neste período, percorreu mais de 50 cidades paulistas. Em 2003 aconteceu, naturalmente, a oficialização como Banda Marcial, grupo artístico integrante da Secretaria de Cultura e Turismo da cidade.

O grupo artístico tem um corpo técnico completo, mantido financeiramente pela Prefeitura Municipal. Além do maestro titular, conta com o regente assistente, Paulo Henrique de Paiva Souza, e, ainda, a coordenadora do Corpo Coreográfico, Gislaine Teixeira, uma coordenadora administrativa, uma arquivista e montadores. Outra peça fundamental na "engrenagem" da Banda Marcial é o coordenador de eventos, Miltom Custódio, que acompanha o Grupo desde a sua fundação.

Exportando talentos – Em todos esses anos, muita gente boa passou pela Banda Marcial. De acordo com o maestro Alexandre, 1.500 jovens cubatenses já participaram do grupo durante essas duas décadas. Um exemplo disso é Reginaldo Nascimento, hoje diretor da Escola Técnica de Música e Dança de Cubatão "Ivanildo Rebouças da Silva". Reginaldo iniciou os estudos musicais quando a Banda ainda era Fanfarra. Hananias Messias, atual maestro da Banda Musical de Cambuquira (MG), também é outro importante nome da regência que começou sua história na Marcial. "Sempre que encontro os integrantes antigos, surgem lembranças maravilhosas de um passado inesquecível", arremata Alexandre.

Banda Marcial de Cubatão encanta por onde passa
O grupo ainda mantém a função de uma escola profissionalizante. Vários músicos que começaram na Marcial ingressaram nas Orquestras Sinfônicas de Santos, Santo André, Heliópolis, Experimental de Repertório, Banda Sinfônica Jovem do Estado de SP, Banda dos Fuzileiros Navais (RJ), Banda do 2º BIL (São Vicente). E o processo não pára. Há três anos foi criada a Banda Marcial Infantil. Atualmente são 60 meninos e meninas que percorrem o mundo encantado da música, desde as primeiras notas, passando pela teoria e solfejo, que os torna capazes de lerem uma partitura musical, até a prática. A garotada, com idade entre sete e 16 anos, é a prova viva de que a magia das bandas – de desfile ou de concerto, não importa – continua viva no coração das pessoas.

Texto: Morgana Monteiro
Fotos: Dilson Mato Grosso (arquivo)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

CUBATÃO RECONHECE A IMPORTÂNCIA DO CEMITÉRIO ISRAELITA

O tombamento vai ser dia 25/8 às 14h e haverá visita monitorada até o espaço; a historiadora Beatriz Kushnir, diretora do Arquivo Geral do Rio de Janeiro, participará da solenidade.

Cubatão resgata a memória da imigração judaica, definitivamente, na semana que vem. O Cemitério Israelita, abrigado dentro do Cemitério Municipal será tombado como patrimônio histórico da cidade, através da assinatura do decreto pela Prefeita Marcia Rosa. A solenidade será dia 25/8 (quarta-feira) às 14h, e logo após, será realizada uma visita até o Cemitério Israelita. Este promete ser o pontapé inicial de um processo que não se limita à uma lei, mas abrange também um programa de educação patrimonial, com reabertura do espaço para visitação pública com monitores e inclusão em roteiros históricos.

O tombamento é resultado do esforço do Condepac, Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico de Cubatão e tem total apoio da Chevra Kadisha, Associação que administra os cemitérios israelitas no estado. O local tem 800 metros quadrados e 75 sepulturas feitas em granito (55 de mulheres e 20 de homens), sendo que a lápide mais antiga data de 1924 e a mais recente é de 1966. A curiosidade habita no fato de lá estarem enterradas em sua maioria, as chamadas “polacas”, mulheres judias que no início do século XX deixaram o leste europeu atingido pelo anti-semitismo em direção à América com a promessa de casamentos, mas acabaram sendo exploradas na região.

Este será o segundo cemitério israelita considerado patrimônio histórico no Brasil e o primeiro tombado definitivamente. O Cemitério Israelita de Inahúma, no Rio de Janeiro, foi tombado provisoriamente em 2007, segundo Beatriz Kushnir, historiadora e Diretora do Arquivo Geral da Prefeitura carioca. Ela também estará aqui em Cubatão para participar da assinatura do decreto. Beatriz escreveu o livro "Baile de Máscaras: mulheres judias e prostituição" em que defende o resgate cultural da história dessas mulheres. O "campo-santo" de Cubatão também está presente nas páginas da publicação.

Há 22 anos debruçada e envolvida por essas trajetórias, Beatriz Kushnir recebeu com entusiasmo o convite para estar presente na assinatura do decreto e considerou ótima a possibilidade de abertura do Cemitério à visitação pública. "Achei fantástico! É uma ideia a ser copiada por vários outros cemitérios pelo país, independentemente da peculiaridade que possuem. Fiz um passeio destes em New Orleans, nos Estados Unidos, e em Praga, na Europa, e foram muito interessantes nos aspectos de arquitetura e de traços culturais", comentou a historiadora.

Beatriz Kushnir conta que em 1988, quando a pesquisa sobre as "polacas", era um tabu mencionar essa história. Interessante é verificar como um trabalho acadêmico pôde interferir e transformar uma realidade. Mas, segundo Beatriz, "conhecer as identidades dessas mulheres e das outras pessoas sepultadas nesses 'campos-santos' só faz sentido quando sabemos de quem estamos falando. Mais do que apenas nomes, são histórias de vida. Repito, então, as palavras do rabino Sobel, torcendo para que estas sejam palavras proféticas em Cubatão: rezamos hoje 'El malê rachamim' em memória das mulheres sepultadas nesta área do cemitério. Que cada uma delas descanse em paz", encerra.

Texto: Morgana Monteiro
fonte: www.cubatao.sp.gov.br

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CEMITÉRIO ISRAELITA SERÁ TOMBADO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE CUBATÃO


A assinatura do decreto está marcada para dia 25/8. Representantes da Associação Israelita participarão da solenidade

O Cemitério Israelita de Cubatão já tem data para ser considerado, oficialmente, patrimônio histórico da cidade: o próximo 25 de agosto. Neste dia, às 14h, a Prefeita Márcia Rosa assinará, em seu Gabinete, o decreto que reconhece o espaço pela sua importância. A informação foi divulgada nesta terça-feira (10/8) durante reunião do Condepac, Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do município.

O local absorve uma história centenária que nos remete a um capítulo pouco lembrado do passado: a imigração judaica. "O tombamento por si só garante apenas o reconhecimento, mas a idéia é implantar um Projeto de Educação Patrimonial no Cemitério Israelita, com a reabertura do espaço para visitação pública com monitores e inclusão em roteiros históricos", afirmou Welington Borges, presidente do Condepac. Segundo ele, a idéia foi completamente apoiada pela direção da Associação Israelita Shevra Kadisha, que administra os cemitérios israelitas no estado. Representantes da Associação estarão inclusive, presentes no dia da assinatura do decreto.

Um espaço cercado de mistérios e curiosidades – construído dentro do Cemitério Municipal de Cubatão, o Cemitério Israelita tem 800 metros quadrados e 75 sepulturas feitas em granito (55 de mulheres e 20 de homens). A lápide mais antiga data de 1924 e a mais recente é de 1966. A curiosidade habita no fato de lá estarem enterradas em sua maioria, as chamadas “polacas”, mulheres judias que no início do século XX deixaram o leste europeu atingido pelo anti-semitismo em direção à América com a promessa de casamentos, mas acabaram sendo exploradas na região. “É brilhante a idéia de conservar os ‘campos-santos’ como patrimônios históricos, pois reconta a história da imigração judaica, e reconhece o trabalho de preservação feito por nós”, afirmou o vice-presidente da Associação Shevra Kadisha, Rubens Muszkat. A Associação assumiu o campo-santo de Cubatão em 1996, quando realizou obras de restauração do local, incluindo o conserto e recuperação dos matzeivot (túmulos), ajardinamento, pavimentação das ruas, instalação de lavatório, colocação de placa indicativa no portão e de local apropriado para o acendimento de velas.

A conclusão desse processo torna Cubatão uma das poucas cidades brasileiras a possuir bens imóveis tombados com relação ao tema judaico, de acordo com Roney Cytrynowicz, doutor em História pela USP. "Temos apenas três bens imóveis tombados no Brasil relacionados ao tema judaico, dois no Rio de Janeiro e um em Pernambuco. O ‘campo-santo’ de Cubatão também entra nessa lista”, garantiu Roney.

Texto: Morgana Monteiro

quarta-feira, 30 de junho de 2010

GRUPO RINASCITA AGORA É PATRIMÔNIO CULTURAL DE CUBATÃO


Uma apresentação no saguão do Paço Municipal marcou a assinatura do decreto nesta terça-feira (29/6). A solenidade abriu a programação da Semana Afonso Schmidt.

A tradicional Semana Afonso Schmidt de Cubatão foi aberta em grande estilo nesta terça-feira (29/6) com a assinatura do decreto que oficializa o Grupo Rinascita como patrimônio cultural da cidade. Os músicos se apresentaram no Saguão do Paço Municipal mostrando à comunidade toda a magia do grupo, que transporta, das partituras para os nossos ouvidos, a bela música dos períodos renascentista e barroco.

A partir de agora, o Grupo Rinascita é considerado um "bem imaterial" do município de acordo com Welington Borges, presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural (Condepac). Para ele, Cubatão sai na frente com esse tombamento: "Não temos notícia de que outra cidade no Brasil tenha um grupo musical de época tombado como patrimônio cultural. É um grande passo em direção à preservação da nossa Cultura", afirmou Welington durante a cerimônia.


A apresentação musical em plena manhã na Prefeitura quebrou a rotina da população e dos servidores municipais, que ficaram impressionados com o som diferenciado do Rinascita. Usando alaúde, guitarra barroca, violoncelo, flautas doces e percussão, instrumentos réplicas dos utilizados entre os séculos XIV e XVIII, os 16 músicos do Grupo encantaram ao som das melodias de época. "Parece que eu viajei no tempo! Me senti num daqueles salões de baile da idade média", afirmou Ivone Souza, aposentada.

O chefe de Gabinete, Gerson Rozzo, representou a prefeita Marcia Rosa e falou sobre a importância de termos os chamados "bens imateriais", afinal, são eles que também garantem a identidade cultural de um povo. Para a secretária de Cultura e Turismo, Patrícia Campinas, a assinatura do decreto é uma grande conquista do cubatense. "O tombamento é um presente não somente para este grupo. Acredito que todos os músicos da cidade se sintam reconhecidos pelo seu valor e seu talento", disse a secretária. Estiveram presentes na cerimônia também os secretários Fernando Alberto Henriques Jr (Ação Governamental), José Roberto Calazans (Administração), Ronaldo Cardoso de Souza (Audit), além de Marcos Sadao Shirakawa, maestro da Banda Sinfônica de Cubatão.


São 35 anos de muita música – O tombamento foi um momento especial para a musicista Gênova Silva Soares, que faz parte do Rinascita desde o início, quando ela ainda era estudante de flauta no Conservatório nos anos 70. Emocionada, ela e outros músicos, representando três diferentes gerações, foram homenageados pelo diretor artístico do Rinascita, Albino de Oliveira. O Rinascita surgiu em 1974, dentro do então Conservatório Musical de Cubatão. Foi uma idéia do professor Rodrigo Augusto Tavares. O objetivo era levar ao público melodias das épocas medieval, renascentista e barroca, mas acabou ultrapassando os limites escolares. E de um projeto experimental foi oficializado como grupo integrante da Prefeitura de Cubatão em 1986.

Por ser um grupo que toca música de época, o repertório é sempre fruto de muita pesquisa. Agora, o Rinascita quer trazer ao público peças de Johann Caspar Ferdinand Fischer, um compositor alemão que é o grande responsável por levar o estilo barroco francês à Alemanha. "Bach e Handel conheciam a obra de Fischer e por vezes fizeram uso dela. São canções muito bonitas. Estamos estudando, também, um momento musical histórico da família real no Brasil, abordando a música do padre José Maurício Nunes Garcia no início do século XIX", disse o diretor artístico, fazendo planos para o futuro.

Texto: Morgana Monteiro
Fotos: Dilson Mato Grosso

terça-feira, 15 de junho de 2010

CEMITÉRIO ISRAELITA DE CUBATÃO SERÁ TOMBADO PATRIMÔNIO CULTURAL EM AGOSTO DESTE ANO

Conselheiros e Secretária de Cultura e Turismo se reuniram na capital com representantes da Associação Chevra Kadisha, que administra os cemitérios israelitas no estado. O Conselho obteve total apoio.

As inscrições nas lápides - “Saudades eternas” e “Paz” - sugerem tratar-se de um cemitério como qualquer outro. Mas por trás de cada inscrição e foto, o Cemitério Israelita de Cubatão absorve uma história centenária que remonta a um capítulo pouco lembrado do passado: a imigração judaica. E esse local cercado de mistérios e curiosidades deverá ser tombado como patrimônio ainda este ano pelo Condepac – Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural da cidade. Nesta segunda-feira (14/6), conselheiros do Condepac e a Secretária de Cultura e Turismo, Patrícia Campinas, se reuniram na capital com representantes da Associação Chevra Kadisha, que administra os cemitérios israelitas em São Paulo. O Condepac obteve total apoio da Associação no processo.

Instalado dentro do cemitério municipal, o Cemitério Israelita tem 800 metros quadrados e 75 sepulturas feitas em granito (55 de mulheres e 20 de homens). A lápide mais antiga data de 1924 e a mais recente é de 1966. A curiosidade habita no fato de lá estarem enterradas em sua maioria, as chamadas “polacas”, mulheres judias que no início do século XX deixaram o leste europeu atingido pelo anti-semitismo em direção à América com a promessa de casamentos, mas acabaram sendo exploradas na região. “É brilhante a idéia de conservar os ‘campos-santos’ como patrimônios culturais, pois reconta a história da imigração judaica, e reconhece o trabalho de preservação feito por nós”, afirmou o vice-presidente da Associação, Rubens Muszkat.


A Chevra Kadisha cuida dos cemitérios israelitas no estado desde 1923. Além de Cubatão, administra, também, os “campos-santos” de Embu, Santana e da Vila Mariana. A Chevra assumiu o de Cubatão em 1996 e na época, o local se encontrava em completo estado de abandono, com sepulturas deterioradas e solo quebradiço. As obras de restauração incluíram o conserto e recuperação dos matzeivot (túmulos), ajardinamento, pavimentação das ruas, instalação de lavatório, colocação de placa indicativa no portão e de local apropriado para o acendimento de velas. O cemitério foi, então, reinaugurado em 1997, preservando de forma mais íntegra a história da comunidade judaica na Baixada Santista.

Tombamento deve acontecer em breve - de acordo com o presidente do Condepac, Welington Borges, o tombamento do Cemitério Israelita de Cubatão deve acontecer em agosto, quando a Prefeita Márcia Rosa assinar o decreto. O processo por si só garante apenas o reconhecimento, mas a idéia é implantar um Projeto de Educação Patrimonial ali, com a recuperação e restauração das lápides, reabertura do espaço para visitação pública com monitores e inclusão do espaço em roteiros históricos. Cubatão é uma rota para o litoral e o Cemitério Israelita seria um ponto de parada na própria história da imigração de outros povos no Brasil.

A idéia foi completamente apoiada pela Secretária de Cultura e Turismo, Patrícia Campinas e, ainda, pelos conselheiros Augusto Muniz Campos (vice-presidente), Maria do Carmo Araújo Amaral (1º Secretária), Rubens Alves de Brito (coord. do órgão Técnico de Apoio) e José Fabiano Madeira. Depois dessa reunião, o Condepac vai dar continuidade ao processo tombamento, anexando informações e laudos técnicos que comprovam a importância histórica e cultural do espaço. Daí, então, o documento segue para o Executivo.

Uma das poucas cidades que valoriza a imigração judaica - o reconhecimento do Cemitério Israelita como patrimônio cultural torna Cubatão uma das poucas cidades brasileiras a possuir bens imóveis tombados com relação ao tema judaico, de acordo com Roney Cytrynowicz, participante da Chevra e doutor em História pela USP, que também esteve no encontro. “Temos o Cemitério de Inhaúmas no Rio de Janeiro, o Memorial Judaico em Vassouras (RJ) e o prédio da antiga Singagoga, no Recife (PE) como patrimônios tombados pela sua relevância histórica e cultural. O ‘campo-santo’ de Cubatão vai ser um deles”, garantiu Roney. Observando o Cemitério Israelita hoje, vemos que pouca gente conhece o que há por trás daqueles portões adornados com enormes estrelas de Davi... mas depois do tombamento, essa história será completamente diferente.

Texto: Morgana Monteiro

quarta-feira, 2 de junho de 2010

CONDEPAC APROVA TOMBAMENTO DO LARGO DO SAPO EM CUBATÃO


O processo será encaminhado à Prefeitura. O tombamento facilita a preservação do espaço onde teve início do povoamento da cidade.

O Condepac – Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Cubatão – aprovou nesta terça-feira (1°/6) em reunião ordinária, o tombamento do Largo do Sapo. A medida tem por objetivo a preservação do espaço, que é de grande importância histórica e cultural para o município por ser o lugar onde teve início o processo de povoamento de Cubatão. Com o tombamento, toda e qualquer alteração, reforma, restauração ou ampliação da área deverá ser autorizada previamente pelo Conselho. Agora, o processo será encaminhado ao Executivo para que a prefeita Marcia Rosa possa assinar o decreto.

A área tombada do Largo do Sapo reúne, além da Praça com o monumento, o casario antigo, do início do século XX, o prédio onde está instalado o grupo Teatro do Kaos e o edifício que abrigou a antiga Sociedade de Socorros Mútuos e que foi a primeira sede da Prefeitura Municipal, logo após a emancipação da cidade em 1949. "A preservação desse patrimônio histórico, que é o Largo do Sapo, e todo seu entorno é a garantia de perpetuação da nossa história", afirmou Welington Ribeiro Borges, presidente do Condepac.

O prédio da primeira Prefeitura de Cubatão também foi tombado...


... assim como o casario antigo que abrigava a elite de Cubatão no passado.

Para aprovação do tombamento foi elaborado um laudo com diversos estudos da área. O dossiê contém o histórico do lugar, fotografias e um levantamento com as informações técnicas, históricas e culturais do espaço. O processo de tombamento do Largo existe desde 2005, mas só foi retomado agora, graças à nova lei municipal do patrimônio, publicada em dezembro de 2009, que garantiu aos conselheiros mais ferramentas de trabalho, como a aplicação de multas quando há descaracterização do imóvel, a opção por níveis de tombamento e uma melhor definição das responsabilidades do conselho e do órgão técnico de apoio. Paralelamente a esse processo, o Condephaat, Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, também está analisando o valor histórico e cultural do Largo.

Largo do Sapo – O local, atual Praça Coronel Joaquim Montenegro, recebeu este nome no início do século XX por causa da enorme quantidade de sapos que havia no local. Naquela época, ali morava a elite cubatense. Um exemplo disso foi a presença do presidente Washington Luís, que sempre que vinha a Santos parava na residência do casal Bernardo Pinto e Izolina Couto, para descansar. No Largo do Sapo também já foi instalado o Porto Geral, nos idos do século XVII, local de grande importância devido ao fluxo de pessoas e mercadorias entre Santos e São Paulo.

Texto: Morgana Monteiro
Foto: Rodrigo Fernandes

sexta-feira, 28 de maio de 2010

LIVRO RESGATA A HISTÓRIA DA PRIMEIRA FÁBRICA DE CUBATÃO


"Anilinas" foi lançado nesta terça-feira, 25, na ACIC

Com uma linguagem de fácil entendimento e fotos de época, o livro "Anilinas", da historiadora Celma de Souza Pinto e do ambientalista e fotógrafo Rolando Roebbelen foi lançado nesta terça-feira, 25, no prédio da Associação Comercial e Industrial de Cubatão (Acic). A obra conta a história da Cia. de Anilinas e Productos Chímicos do Brasil, uma das primeiras fabricantes de produtos químicos e corante do País instalada em 1918, no município de Cubatão, quando ele ainda pertencia à cidade de Santos.

O livro resgata a história da primeira indústria de Cubatão, traça um perfil dos trabalhadores da empresa e dos moradores da época, o início da industrialização na Cidade e do Brasil, a ascensão e a falência da Companhia nos anos 60. As imagens que ilustram a obra fazem parte do acervo fotográfico do antigo funcionário da Companhia Anilinas, Hermann Gustavo Roebbelen, feitas entre os anos 30 e 40 e digitalizadas pelo seu filho Rolando Roebbelen.

Segundo Celma de Souza Pinto, o objetivo da obra foi preservar fatos relevantes da Companhia Anilinas e despertar nas pessoas o interesse por pesquisas relativas à fábrica e à industrialização de Cubatão. Para Rolando, o livro é uma forma de perpetuar essa parte importante da história da Cidade.

"Foi amor à primeira vista", relata Gerd Gustav John Jürgens, último proprietário da Cia. de Anilinas se referindo à empresa que herdou do pai John Jürgens. Gerd conta que quando assumiu a fábrica passou por muitas dificuldades, mas que recebeu ajuda de amigos e familiares para continuar com a empresa funcionando, até a sua falência nos anos 60. "Depois de 40 anos voltei ao local onde ficava a fábrica que pertenceu ao meu pai e que geri por muitos anos. Estou feliz e emocionado em ver essa história retratada em um livro", finaliza.


Para a antiga funcionária da Cia. de Anilinas, Ondina Silva e Silva, o lançamento do livro "Anilinas", foi uma emoção inigualável. "Vendo as fotos e folheando as páginas do livro, eu revivi uma parte da história da minha vida. Reconheci parentes e amigos daquela época", conta emocionada.

O lançamento contou com a presença da Secretária de Cultura e Turismo, Patrícia Campinas, que representou a prefeita Marcia Rosa, com os secretários municipais José Roberto Baldini (Meio Ambiente); Fábio Inácio (Educação); Fernando Alberto Henriques Junior (Ação de Governo); Renée Castro Fernandes (Esportes e Lazer); Erenita Maria Barbosa (Assistência Social); Adalberto Ferreira (Planejamento). Ainda o ex-prefeito Carlos Frederico Soares Campos, Teodoro Pavão (Gerente de Segurança, Saúde e Meio Ambiente da Carbocloro); Márcio Abreu (Gerente Industrial da Carbocloro); e demais autoridades.

Texto: Ana Borges
Fotos: Dilson Mato Grosso/PMC

segunda-feira, 17 de maio de 2010

CUBATÃO TEM MUITA HISTÓRIA PRA CONTAR NO DIA DO MUSEU

Uma sugestão para comemorar a data (18/5) é visitar a Biblioteca Central da cidade, Arquivo Histórico e Casa da Memória. Os espaços reúnem grande acervo de obras de arte, fotos, documentos históricos e até objetos pessoais do escritor Afonso Schmidt.

Quando se pensa em “Museu” a maioria lembra apenas de objetos antigos, um espaço de coisas “velhas”. Mas ao contrário, esse espaço significa uma oportunidade de entrar numa verdadeira máquina do tempo, nos proporcionando uma viagem pelos séculos até uma realidade que sequer sonhávamos. E Cubatão, embora não tenha um espaço de museu, tem acervo suficiente para deixar qualquer curioso de plantão animado para conferir de perto documentos, fotos e até réplicas de obras de arte.

No dia 18/5 em que se comemora o Dia Mundial do Museu, o Arquivo Histórico de Cubatão está de portas abertas com seu imenso acervo de documentos e fotografias que recontam a história de Cubatão. Algumas fotos remontam da data do fim do século XIX e reúnem famílias, personagens, paisagens da av. 9 de Abril quando ainda não havia lojas e nem tantos carros nas ruas. Todo essa material está sendo recuperado e catalogado e em breve, poderá ser exposto à comunidade.

Outra preciosidade do Arquivo Histórico é um exemplar livro “Impressões do Brasil no século XX”, editado em 1913 por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, impresso na Inglaterra. Há também centenas de documentos de propriedade, dissertações, teses e trabalhos sobre o município de Cubatão. O Arquivo Histórico organiza estes documentos para deixá-los disponíveis aos pesquisadores, estudantes e a população em geral.


A publicação "Impressões do Brasil no século XX" está disponível no Arquivo Histórico

Sala Afonso Schmidt e Coleção de Arte – ainda dentro da Biblioteca, é possível passear pela vida e obra do grande poeta cubatense. Entre as relíquias que pertenceram ao escritor Schmidt estão o Troféu Juca Pato de “Intelectual do ano", de 1963, elevando o ilustre filho de Cubatão no campo das letras à carreira nacional; grande coleção de objetos pessoais do escritor como os óculos, chinelos, máquina de escrever, lupa, entre outros; exemplares de livros e revistas contendo informações sobre o escritor, tudo material do século passado.

Passeando pelos corredores da Biblioteca Central, é possível conferir grande acervo com reproduções de obras de arte espalhadas pelos corredores. São cerca de 70 peças, réplicas de telas como "Monalisa" (Leonardo da Vinci), "Girassóis" (Van Gogh), "Jardim das Delícias" (Bosch) entre muitos outras obras-primas de artistas como Renoir, Monet, Salvador Dali, Picasso. Tudo isso faz parte da Coleção Sesquicentenário, e estão acessíveis a qualquer visitante.

Casa da Memória – outro espaço que reúne grande parte da história de Cubatão é a Casa da Memória, situada dentro do Parque Anilinas. Reúne painéis com fotos e informações sobre a antiga Fábrica de Anilinas que funcionava no local onde hoje está instalado o Parque (e que deu o nome a ele). Possui vasto material que reconta a trajetória de uma das primeiras indústrias de Cubatão que funcionou na cidade de 1916 a 1964, quando foi desativada. A Casa da Memória está instalada em uma pequena casa de alvenaria, com varanda e janelas de madeira, que compõe um pequeno complexo de 4 construções onde viviam alguns funcionários da Fábrica, na época em que a indústria ainda funcionava.

BIBLIOTECA MUNICIPAL CENTRAL DE CUBATÃO
ARQUIVO HISTÓRICO
SALA AFONSO SCHMIDT

Av. 9 de abril, 1977
Funciona de segunda a sexta-feira das 8h às 17h
Sábados das 9h às 13h
entrada gratuita


CASA DA MEMÓRIA
Rua Assembléia de Deus, 435 - Parque Anilinas
Funciona de segunda a sexta-feira das 9h às 12h e das 14h às 17h
Entrada gratuita


Texto: Morgana Monteiro

terça-feira, 11 de maio de 2010

MAESTRO ROBERTO FARIAS, 40 ANOS DEDICADOS À MÚSICA


O cubatense, que já era maestro aos 15 anos de idade, será homenageado pela Banda Sinfônica Jovem do Estado em Concerto no próximo fim de semana.

Um dos grandes nomes da música em Cubatão faz 40 anos de carreira e será honrado à altura: o maestro Roberto Farias será homenageado pela Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo durante concerto no próximo domingo (16/5) às 19h no Memorial da América Latina, em São Paulo. A iniciativa foi da maestrina Mônica Giardini, titular da Banda Jovem e um dos grandes frutos da trajetória de Roberto como professor de regência.

O concerto, intitulado “Le Banquet Céleste” – Um Encontro com Messiaen, Stravinsky, Schöenberg e Hindemith, reflete o universo sonoro pelo qual o maestro ganhou notoriedade internacional, por sua dedicação ao estudo e difusão do repertório do século XX composto para bandas sinfônicas. O programa é considerado um grande desafio para jovens músicos por conter obras de compositores importantes para a música clássica mundial.


Maestro aos 15 anos de idade

Roberto Farias poderia ter sido engenheiro ou arquiteto se prevalecesse o conceito ditado à época de sua infância e adolescência. Mas o dom musical que aos 7 anos já demonstrava, mudou completamente a visão daqueles que ainda não o apoiavam na carreira artística. Músico de tradição evangélica – seu pai era pastor, amante das letras e músico autodidata – teve a formação musical através de professores particulares, e durante a escola primária ganhava destaque tocando hinos patrióticos e canções escolares ao trompete. Aos 11 anos fez seu primeiro arranjo musical.

Em 1970 ele tomou a iniciativa de formar uma banda musical no Colégio Afonso Schmidt, em Cubatão, onde estudava. A motivação veio após notar que a escola possuía um instrumental completo para formação de uma banda, faltando apenas alguém para conduzir o projeto. No dia 4 de abril daquele ano, acontecia, então, a estréia de Roberto Farias como maestro da Banda Musical Afonso Schmidt. Roberto Farias tinha apenas 15 anos de idade. Este grupo foi, posteriormente, oficializado como Banda Musical de Cubatão, dando origem à atual Banda Sinfônica de Cubatão.




Durante os primeiros anos da carreira, Farias já produzia o próprio repertório, transcrevendo arranjos completos e obras originais, em uma época em que não existiam arranjos para banda disponíveis no mercado. Da sua sólida formação como regente inspirou-se em nomes como Paul Bernard, Williams Nichols, Gerard Devos, Fábio Mechet e o célebre Eleazar de Carvalho. Vencedor de um grande número de concursos e campeonatos de bandas em nível regional, estadual e nacional, Roberto Farias foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento da linguagem sinfônica no Brasil, a partir do momento que se vê envolvido com o projeto de profissionalização da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, da qual foi o diretor artístico e regente entre 1989 e 2000.

Do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão ao Curso Internacional de Verão do Brasil, o maestro Roberto Farias já passou pelos mais importantes festivais de música do país como professor de regência e prática de sinfônica. Por mais de 20 anos lecionou na Universidade Livre de Música Tom Jobim, hoje a Emesp - Escola de Música do Estado de São Paulo. Já foi regente convidado de várias orquestras brasileiras, acumulando, também, atuações no exterior como na Banda Sinfônica da Universidade da Pensilvânia, da Academia da Força Aérea Norte-americana, de Montevideu e da Província de Córdoba, na Argentina, de quem é o seu atual diretor artístico.


Um regente que também compõe

Roberto Farias criou obras-primas como “Cubatão 2001 -Fantasia Sinfônica” e “Abertura Exótica”, já executada em vários países e publicada nos Estados Unidos. Mas o maestro prefere ser conhecido como um regente que também compõe: “O exercício de composição é um ingrediente imprescindível à compreensão de qualquer obra musical. É assim que vejo a música: do ponto de vista do compositor, do regente e do instrumentista. Num conceito mais sublime, é a possibilidade de um permanente diálogo com a criação musical”, afirma Roberto Farias.

Além disso, vários compositores contemporâneos têm dedicado obras a Farias, um dos mais destacados especialistas na literatura para sopros e percussão da América Latina. Dedicatórias assinadas por nomes como Alfred Reed, Mário Ficarelli, Almeida Prado, Fernando Morais, Edmundo Villani-Côrtes, entre outros. O maestro é, ainda, membro da APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte – e foi o primeiro brasileiro a integrar o Conselho Diretor da Associação Mundial das Bandas Sinfônicas.

De volta onde tudo começou - Diretor de orquestra, regente coral e instrumentista Roberto Farias atualmente é o Coordenador Técnico dos Grupos Artísticos Oficiais de Cubatão. Está à frente da Banda Sinfônica e Cia de Dança de Cubatão, Banda Marcial e Linha de Frente, Grupo Rinascita de Música Antiga, Coral Zanzalá e Coral Raízes da Serra. Para ele, é uma grande responsabilidade e prazer comandar mais de 400 artistas, entre regentes, músicos, bailarinos e cantores, que fazem arte com paixão, tornando cada vez mais evidente a vocação artística de Cubatão, cidade que em que tudo teve início.

Texto: Morgana Monteiro

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

NOVOS PATRIMÔNIOS CULTURAIS DE CUBATÃO


Grupo Rinascita de música antiga e Cemitério israelita podem se tornar patrimônios culturais de Cubatão.

Dois importantes bens de Cubatão devem se tornar, em breve, patrimônio cultural da cidade. O Cemitério Israelita e o Grupo Rinascita de Música Antiga serão os primeiros processos de tombamentos a serem abertos pelo Condepac nessa nova gestão. O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural se reuniu nesta terça-feira (23/2) para delinear as primeiras ações da equipe.

Com o tombamento, o Grupo Rinascita de Música Antiga seria reconhecido como o primeiro bem imaterial do município. Fazendo parte dos Corpos Estáveis da administração municipal, o Rinascita executa música renascentista e barroca, resultado de muita pesquisa em partituras escritas dos séculos XV a XVII. O diferencial do Grupo são os instrumentos musicais, réplicas daqueles utilizados nos grandes bailes medievais. São alaúdes, guitarras barrocas, flautas doces, vários instrumentos de percussão, entre outros.

Composto por 16 músicos profissionais, não há notícia em nossa região de outro grupo com essas características. O processo de tombamento do Rinascita só vem confirmar sua importância para o município, uma vez que até mesmo o grande compositor Gilberto Mendes afirmou na década de 80 que, na época, o Rinascita era o melhor momento musical de Cubatão. A Secretária de Cultura e Turismo, Marilda Canelas, participou da criação do Grupo em 1974 e afirmou com orgulho: “Fui eu quem sugeriu ao maestro Rodrigo Tavares, idealizador do Grupo, este nome, ‘Rinascita’, que nos transporta a uma viagem musical no tempo”.


Outro desafio para os 14 novos integrantes do Condepac é a abertura do processo de tombamento do Cemitério Israelita de Cubatão. Instalado dentro do cemitério municipal, poucas pessoas sabem o que há por trás daqueles portões fechado, adornados com enormes estrelas de Davi. Com 800 metros quadrados, 75 sepulturas feitas em granito (55 de mulheres e 20 de homens), possui pequenos jardins e piso “copacabana”, já foi tema de pesquisa acadêmica. A lápide mais antiga data de 1924 e a mais recente é de 1966.

A curiosidade habita no fato de lá estarem enterradas em sua maioria, as chamadas “polacas”, mulheres judias que no início do século XX deixaram o leste europeu atingido pelo anti-semitismo em direção à América e acabaram sendo exploradas na região. A garantia de reconhecimento do Cemitério Israelita como patrimônio cultural da cidade prevê abertura do espaço para visitação pública, restauração dos túmulos e inclusão do local em roteiros históricos. Representa a preservação da memória não somente das pessoas enterradas ali, mas também de um capítulo da história da imigração judaica no Brasil.

Outros desafios
– a nova gestão do Condepac tem muito trabalho pela frente. O Conselho quer, ainda este ano, definir os processos de preservação das vilas operárias da Fabril e da Light e Parque Anilinas, bem como criar planos de uso e valorização do Largo do Sapo. De acordo com o presidente do Condepac, Welington Borges, “não é só realizar o tombamento, mas propor políticas de preservação, restauração e uso adequado destes patrimônios".

Há também a atuação junto à Prefeitura de Santo André para a inclusão da estação ferroviária da Raiz da Serra no projeto de transformação da Vila de Paranapiacaba em Patrimônio da Humanidade. Para que tudo isso ocorra, o presidente acredita na integração com o Conselho de Cultura e o de Turismo. Todas as informações sobre o Condepac, suas atribuições e muitas curiosidades podem ser encontradas no www.condepaccubatao.blogspot.com . O blog tem ainda uma seção com os principais documentos e cartas sobre políticas de preservação do patrimônio em todo o mundo.

Texto: Morgana Monteiro

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

TOMAM POSSE INTEGRANTES DO CONSELHO DE DEFESA DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E CULTURAL DE CUBATÃO

Ao mesmo tempo, o CONDEPAC lança blog sobre o patrimônio da cidade

Consolidar políticas públicas de preservação e uso do patrimônio histórico e cultural de Cubatão é o desafio dos 14 novos integrantes do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Cubatão (Condepac). Eles tomaram posse dia 10/2 em solenidade no gabinete da prefeita Marcia Rosa.

O presidente do Conselho, Welington Ribeiro Borges, eleito por aclamação após a solenidade, conta que a nova formação do Condepac começa com, entre outros, um desafio "muito grande" de definir os processos de preservação das vilas operárias, como a Fabril, Light e Anilinas, bem como o de criar planos de uso e valorização do Largo do Sapo: "Não é só realizar o tombamento, mas propor políticas de preservação, restauro e uso adequado destes patrimônios", aponta.

Na pauta também da atual gestão do Condepac estão o reconhecimento do grupo de música renascentista Rinascita como patrimônio imaterial de Cubatão e a atuação junto à Prefeitura de Santo André para a inclusão da estação ferroviária da Raiz da Serra no projeto de transformação da Vila de Paranapiacaba, localizada no município do ABC, em Patrimônio da Humanidade. Para que tudo isso ocorra, Borges aposta na integração com o Conselho de Cultura e o de Turismo.

Ele destaca também a qualidade da lei editada em 02 de dezembro do ano passado que reestruturou o Condepac. No novo texto, a primeira atribuição do Condepac é justamente "definir a política municipal de defesa e proteção do patrimônio cultural, material, imaterial e natural compreendendo o histórico, artístico, arquitetônico, arqueológico, arquivístico e antropológico do Município". Em seguida, o texto faz menção a tombamentos e outras determinações.

A prefeita Marcia Rosa elogiou o nível técnico e de compromisso dos integrantes do conselho, "é um pessoal de que se envolve de forma apaixonada", e destacou a importância do trabalho do Condepac no processo de recuperação da imagem de Cubatão e do relacionamento entre os moradores e a cidade: "As pessoas têm que encontrar sua identidade na cidade. Nós precisamos construir e fortalecer, do ponto de vista educacional,a identidade da cidade. É o que passa por todos os trabalhos do conselho".

A secretária de Cultura e Turismo, Marilda Canelas, recordou que o dia de posse dos conselheiros remete a 10 de fevereiro de 1533, data do documento em que Martim Afonso de Souza doa a Rui Pinto as terras do Cubatão: "Fazemos questão de que a posse do Condepac fosse nessa data. Aqui estamos tratando do que a cidade tem de mais importante, sua história, seu patrimônio".

Na internet - Além da posse, o dia contou com a apresentação do site do Condepac, montado em formato blog no endereço www.condepaccubatao.blogspot.com . Ali, o internauta poderá acompanhar as notícias do conselho, conferir a legislação municipal sobre o assunto, conhecer a relação dos bens tombados em Cubatão e dos locais que fazem parte do patrimônio histórico, cultural e natural do município. O blog traz também uma seção com links para os principais documentos e cartas sobre políticas de preservação do patrimônio em todo o mundo e um artigo da turismóloga Liliane Obando Maia de Hollanda Lima, publicado originalmente na Revista Turismo, sobre como a preservação do patrimônio pode ser usada como política pública de desenvolvimento econômico.

Integrantes - Além de Borges, representante da Secretaria de Turismo e Cultura, tomaram posse para um mandato de dois anos Augusto Muniz Campos, arquiteto, vice-presidente (Universidade Católica de Santos); Maria do Carmo Araújo Amaral, 1ª secretária (Secretaria de Meio Ambiente); Maurício Campina, 2ºsecretário (Câmara Municipal); Rubens Alves de Brito, coordenador do órgão técnico de apoio (Sociedade Amigos da Biblioteca e Arquivo Histórico de Cubatão); José Fabiano Madeira (Secretaria de Educação), Carlos Roque Barbosa de Jesus e Carlos Alberto Lucena de Jesus (Secretaria de Obras, Habitação e Serviços Públicos), Cesar Cunha Ferreira (Secretaria de Planejamento), Nelson Machado Reis (Secretaria de Negócios Jurídicos), Lourimar da Silva Vieira (Teatro do Kaos), Cláudia Dias de Castro (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Cubatão), Manoel Herzog Chainça (Ordem dos Advogados do Brasil) e Valmir Ramos Ruiz (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.

Texto:Alessandro Atanes/PMC