Alunos dos cursos de Música e Dança do Programa Banda Escola de Cubatão lotaram o Bloco Cultural no fim de semana
Existe um lugar no coração de jovens cubatenses que desperta nessas crianças e adolescentes, a vontade de viver um futuro na Música e na Dança. Prova disso foi a participação de mais de 300 meninos e meninas das Oficinas do Programa BEC (Banda Escola de Cubatão). Neste fim de semana, eles subiram ao palco do Bloco Cultural para apresentar tudo o que aprenderam durante o ano.
No sábado (27/11), as alunas dos cursos de Dança encantaram com coreografias cheias técnicas de balé clássico e jazz. O figurino elaborado e a iluminação especial do Bloco Cultural, proporcionaram uma noite diferente para essas bailarinas de primeira viagem, seus pais e amigos que acompanharam a Mostra. As jovens têm aulas nos núcleos do BEC instalados na Estação das Artes e Cota 200.
E se a paixão pela música nasce ainda na infância, podemos dizer que Cubatão vai ter uma boa safra de instrumentistas daqui há alguns anos. Prova disso foram os concertos dos alunos do Programa neste domingo (28/11). Pela primeira vez todos os estudantes dos cursos musicais oferecidos pelo BEC se apresentaram em uma só tarde, somando 250 participantes.
Oportunidade incrível para 150 crianças do curso de Musicalização Infantil, especialmente para aquelas moradoras dos bairros Água Fria, Pilões, Vila dos Pescadores e Jardim Nova República. O Programa BEC instalou núcleos nesses bairros carentes, dando a oportunidade a esses pequenos artistas de conhecerem uma outra realidade, a da Arte. Famílias inteiras estavam no concerto para fotografar ou filmar a primeira apresentação daqueles que, quem sabe, serão grandes músicos ou cantores.
O jovem músico Boaz, de 11 anos |
Com um repertório cheio de canções folclóricas e de natal, as crianças encantaram ao entoar seus sons na flauta doce, todas enfeitadas com toucas de Papai Noel. Exemplo disso foi o menino Boaz Gabriel Cabral, de 11 anos, que brilhou ao som de uma pequena bateria. Nascido em uma família de músicos, assumiu a veia artística e encheu os pais de orgulho. “Desde muito pequeno ele se interessa por Música, mas nesta apresentação, se superou”, afirmou a mãe, Rosângela Cabral, que é professora.
Para o pai do menino Boaz, a música mudou a vida do filho: “Ele se encontrou através dessa Arte e nós sempre iremos apoiá-lo. Ele ainda participa da Musicalização Infantil por causa da idade, mas em casa, toca bateria como ninguém”, afirmou Paulo Sérgio Fernandes, funcionário público. O Coordenador de Atividades do BEC, Davi Rosalino, explicou que são nas aulas de Musicalização que a garotada tem o primeiro contato com ritmos, notas musicais, partituras. “É uma fase preparatória para escolha do instrumento musical”, garantiu.
Outros grupos musicais também se apresentaram. O Coral, sob o comando da monitora Daniela Martins, encheu de graça o Bloco Cultural. Formado basicamente por vozes femininas, estava ali um recital recheado de canções da MPB. A Banda Escola mostrou a força dos metais e da percussão através de peças eruditas, ensaiadas com afinco pelos jovens. E a Orquestra de Cordas arrancou muitos aplausos da plateia com seu som encorpado e cheio de vida.
Orquestra do BEC |
A Camerata de Violões deu um show à parte com músicas de Stevie Wonder e outros grandes nomes da música mundial, regida pela monitora Deblas Alves. E em meio a tantas crianças e adolescentes encontramos o Seu Josinaldo Vieira, de 55 anos. Este morador do Jardim Costa e Silva é apaixonado por música sertaneja e decidiu aprender a tocar violão para montar uma dupla com um amigo. Para ele, conviver com os mais jovens é uma alegria. “Me sinto feliz ao lado deles porque aprendemos Música juntos, e eu posso ensinar a minha experiência de vida”, afirmou, logo após a apresentação.
Para o Coordenador do BEC, maestro Marcos Sadao Shirakawa (que também é regente da Banda Sinfônica de Cubatão), os concertos de fim de ano do Programa foram um sucesso. “Quando vemos o brilho no olhar de todos esses alunos que se apresentam, muitos pela primeira vez, percebemos que o nosso trabalho valeu a pena”, afirmou, emocionado.
Texto: Morgana Monteiro
Foto: Carlos Felipe
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