Atores convidados gravam o áudio do espetáculo que será encenado de 5 a 7/9 na arena montada no Jardim Casqueiro
No estúdio de gravação em Santos, os atores foram acompanhados de perto por Amauri Alves, que assina a direção do espetáculo em 2010. O ator Carlos Casagrande interpretará Dom Pedro I e Julio Rocha será José Bonifácio. Há ainda no elenco principal, a participação de Monique Alfradique (Maria Leopoldina), Vitor Branco (Padre), Lourimar Vieira (Dom João VI e Seu Couto) e Fabiano di Mello como narrador da história.
Segundo Amauri Alves, o desafio deste ano foi transformar o “Caminhos da Independência” em um épico, trabalhando a interpretação de maneira peculiar. Segundo ele, a independência do Brasil é uma página da história que pede esse tom diferenciado: “Uma vez que abrimos o espaço para duas mil pessoas acompanharem a encenação, vamos oferecer cenas grandiosas, com muita gente atuando. Esperamos que a vibração do público também faça parte do espetáculo”, afirma o Diretor.
E para que tudo fosse perfeito, a produção atendeu o pedido da Prefeita Marcia Rosa de realizar a peça ao ar livre, na Avenida Beira Mar, tendo o rio Cubatão como pano de fundo. A estrutura este ano está completamente diferente: 200 atores cubatenses em cena além dos convidados, um palco de de 30 por 40 metros, camarins, iluminação especial, som de última geração e até trilha sonora criada originalmente para o evento. Amauri tem o apoio da mesma equipe que o ajudou a produzir por dois anos a “Encenação da Chegada de Martim Afonso a São Vicente”, considerado o maior espetáculo do mundo realizado em areia de praia.
Vitória da Cultura Popular – O diretor afirma que o que mais o motivou nessa empreitada foi a participação popular. Para ele, a atuação dos atores cubatenses se confunde com a participação das pessoas no processo de independência brasileira: “seja solicitando a permanência da corte portuguesa ou assinando papéis, não importa, o povo brasileiro também foi parte importante nesse processo”, disse o Diretor.
A encenação mostra o povo cubatense integrando a Independência do Brasil no contexto histórico, e aparecendo, também, como a vitória da Cultura Popular. Através da figura de Dona Maria do Couto, que fez o chá de goiabeira que curou Dom Pedro de um desarranjo intestinal, os rumos da proclamação seguiram naturalmente. Neste sentido, a Cultura Popular é enaltecida em Cubatão e tratada de maneira muito digna e preciosa.
Durante os ensaios há um grande entrosamento entre os artistas convidados e figurantes. Não são somente atores amadores, mas pessoas de todas as profissões, de várias idades, classes sociais diferentes, todos envolvidos na cena, cada um contando a sua própria história. A concepção inicial do Teatro do Kaos não foi esquecida, e por isso o “Caminhos da Independência” continua passando por Cubatão. Esses “caminhos” terão início lá em Portugal, iniciando com a partida da corte para o Brasil que desencadeou todo o processo.
De acordo com Amauri Alves, a ideia é fazer as pessoas conhecerem sua história e dessa maneira, valorizá-la. “Com esta encenação alcançamos uma inclusão social, com a comunidade fazendo parte da vida cultural do município e defendendo essa bandeira. O público vai encontrar muita emoção neste espetáculo. Queremos que a plateia saia dalí extasiada e valorizando a história da sua cidade e de seu país”, completa o diretor.
Texto: Morgana Monteiro
Fotos: Rodrigo Fernandes
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